terça-feira, novembro 28, 2006

Saudade...AGAIN???


De repente percebi, que afinal os anos não tinham passado, e que o tempo não era mais que uma invenção de algum desocupado (Americano, pensei!). O tempo de há vinte anos, estava ali ! Era o meu e o teu , era agora ou nunca, era já, era todos os dias, todas as horas...As tuas rugas e as minhas rugas eram de ontem, de amanhã, e o teu tímido sorriso o de sempre.
Perguntei: -Por aqui?
(queria perguntar:)- voltas-te?
Perguntei :- como estás?,
(queria perguntar:)- ficas comigo esta noite?
Falámos baixinho, para não o acordar -o tempo, claro -para o tornar eterno, sublime.
Pensei que estava morta, afinal não...
Saís-te como uma folha que cai da árvore, e eu ali fiquei, especada, a digerir o que não te disse, com as palavras que me abandonaram, para não assistirem a derrocada da minha luta contra o amor.

domingo, novembro 26, 2006

uma imagem vale mais que mil palavras

sábado, novembro 11, 2006


Abri a musica como se de um embrulho se tratasse, não um embrulho qualquer, mas, sim um muito desejado embrulho ,com uma fita da cor do arco-íris... Assim abri a musica, com o misto de esperança e de espanto
-Olá!
-Olá!
-Hoje vi-te por aí
-E o que viste?
-Vi-te em todos os teus dias, vi-te em Setembro, vi-te em Outubro...
-E como me viste?
-Vi-te com os meus olhos
-Quais?
-Os que tenho por dentro!
-São grandes?
-São do tamanho dos teus! ( não sentes este cheiro?)
-Os meus olhos não são grandes, o mundo é que é pequeno! ( qual cheiro???)
-Enganas-te!
-E o que viste?
-vi a tua solidão.
-Qual?
-Essa!
-E agora?
-Queria abraçar-te
-Para quê?
-Para te roubar a solidão!
-E o que faria eu, sem ela?
-Terias sempre o meu abraço...
-Bom adeus!
-Adeus...Ah... o cheiro...
-Sim...
-Já sei...
-E...
-Era o cheiro da saudade!

quinta-feira, novembro 09, 2006

- Espera só um bocadinho , deixa-me olhar para ti...
Os seus olhos eram crescidos, enormes, e abraçavam mais de mil naus catrineta, as suas mãos eram maiores que todas as ausências, e arregaçavam os braços para o trabalho duro do dia a dia, fome a fome, tiro a tiro. Conhecia as armas pelo barulho do seu tiro, certeiro, mortal, mortifero, tão bem como conhecia os pássaros pelo seu cantar, brilhante, fresco, primaveril no Novembro que se estendia.
Não havia São Martinho, capaz de o aquecer, na quente primavera de Novembro, assim como não havia carinho possivél nas mãos do pai.

que genio louco é você?


Faça você também Que gênio-louco é você? Uma criação de O Mundo Insano da Abyssinia

sábado, novembro 04, 2006

Rasga-me os medos, enfia-me os dedos na garganta e arranca-me a raiva, faz-me vomitar o desejo de ti, acende-me a luz fundida, e apaga-me a vela já no couto.
Pergunta-me quem sou, donde venho, deixa a porta aberta para nunca saberes onde vou, nem quando vou, hei-de voltar, nas palavras que não disseres, nos beijos que não deres, lá estarei sempre, para sempre, á espera em cada vaga, em cada sonolência, que me recordes e me faças renascer em ti.
Já não quero ser o mar, nem a nuvem, quero voar nos teus sonhos, e ver-te crescer a cada novo suspiro, a cada novo regaço, e ficar parado, como ninguém... parado, a viver em ti o meu olhar cego, de quem não tem pernas, nem asas, nem braços, somente lembranças.