
Trazias nos olhos um sol negro e as tuas mãos vinham vazias, tão vazias que já nem eram mãos... eram meros terminais duns braços partidos, suspensos onde andas existiam asas.
Não trazias palavras, apenas lábios mortos, inertes, gelados, sem beijos!
Não trazias pés nem pernas, apenas movimentos compassados de vai e vem, como barcos ancorados em portos desertos, tão desertos que até os fantasmas os haviam abandonado.
Trazias apenas costas... costas largas, grandes, carregadas, curvadas e o peso dum mundo que não escolheste. Trazias os pretos, os escravos, os ditadores, os déspotas, os tiranos, os mortos, os rendidos e os vendidos. Trazias as tempestades, os terramotos, a fome, a sede, a dor, a doença...
E tu? Tu não estavas lá!!!
Não trazias palavras, apenas lábios mortos, inertes, gelados, sem beijos!
Não trazias pés nem pernas, apenas movimentos compassados de vai e vem, como barcos ancorados em portos desertos, tão desertos que até os fantasmas os haviam abandonado.
Trazias apenas costas... costas largas, grandes, carregadas, curvadas e o peso dum mundo que não escolheste. Trazias os pretos, os escravos, os ditadores, os déspotas, os tiranos, os mortos, os rendidos e os vendidos. Trazias as tempestades, os terramotos, a fome, a sede, a dor, a doença...
E tu? Tu não estavas lá!!!
4 Comentários:
olá sou eu mesma, foi só para ver se já dava para comentar.
adoro isto!
mas olha que no último post (o do cinismo) não dá para pôr comentários, não sei se fizeste de propósito.
Magnífico!
Rendido a este texto.
Alguém que amo...
Deu vida a si propria neste dia,neste ano do post e neste dia claro fez 16 anos.
Reparo que já me encontrava lá.
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